Conheça as principais classificações do café
Que café é uma delícia, todo mundo já sabe! Mas, o que nem todo mundo sabe é que existem diversos tipos e classificações para o café, que impactam no seu sabor e aroma, na qualidade e, claro, no preço.
Por causa desse impacto, é fundamental que todos os envolvidos no processo produtivo e comercial do café tenham domínio de suas características e classificações, de forma a entregar o melhor café no mercado.
No Brasil e no mundo, as principais classificações para o café são:
- por tipo (ou por defeitos)
- por classificação da bebida
- por peneira
- por cor
- por torração
- por descrição
Vamos entender um pouco melhor cada uma delas
Classificação por tipo (ou defeito)
De forma objetiva, classificar um café por tipo significa avaliar a quantidade de grãos imperfeitos e a quantidade de impurezas contidas em uma amostra do produto.
Pelas regras apresentadas pela Tabela Oficial de Classificação, deve-se recolher amostras com 300 gramas de café da produção apresentada, acondicioná-las em latas e, a partir desse momento, literalmente contar a quantidade de defeitos e impurezas encontradas.
Há vários exemplos de defeitos. O primeiro tipo são os chamados defeitos intrínsecos, relacionados diretamente com o grão. Neste caso, temos como exemplos os grãos pretos, verdes, chochos, brocados, quebrados, etc. A análise do tipo de defeito é fundamental, pois há uma ou mais estratégias de combate ao problema para cada defeito. Se você não reconhece o problema do seu produto, fica mais difícil entender como tratá-lo e resolvê-lo.
Outro tipo de defeito é chamado de extrínseco. Nesse caso, a avaliação é sobre a presença de impurezas, como pedras, cascas, paus, pergaminhos, entre outros.
Cada tipo de defeito possui uma correlação na tabela, e a partir daí realiza-se a soma dos defeitos para avaliar o índice que aquela amostra cumpre. Quanto menos defeitos e impurezas, mais pontos seu produto faz, gerando uma melhor classificação do café. A partir daí você consegue vender o café por valores mais altos, atender a mercados mais exigentes e consumidores que buscam o melhor produto.
Classificação pela bebida
Outra classificação muito importante e conhecida é a da própria bebida, ou seja, a que avalia elementos como sabor, aroma, etc. Quando estamos falando dos cafés arábica, a bebida pode ser classificada em até 7 níveis, que geram muito impacto no paladar:
- Grupo das bebidas finas, avaliados como de boa qualidade
mole: sabor mais suave e doce
estritamente mole: versão mais acentuada da bebida mole
apenas mole: sabor pouco suave e doce, mas ainda não adstringente ou áspero
duro: sabor acre, áspero e adstringente, mas ainda agradável - Grupo das bebidas fenicadas, tornando o café de baixa qualidade e com sabor ruim
riado: café com leve sabor de iodofórmio
rio: café com sabor mais forte de iodofórmio
riozona: sabor forte de iodofórmio ou ácido fênico
Aproveite para ler mais sobre o tema no post da Nugap sobre o tema, onde discutimos a análise sensorial do café.
Outros tipos de classificação
Existem alguns outros métodos interessantes de classificação dos grãos e da qualidade do café, que podem agregar boas avaliações para seu produto. Todos eles possuem regras e procedimentos que devem ser seguidos, de forma a documentar os resultados corretos.
Por cor
A avaliação por cor consiste em julgar a aparência e conservação do grão. A cor permite entender se o café é mais novo ou mais velho, o que impacta na qualidade do produto, já que a sua coloração muda de acordo com o impacto do tempo, da luz e da qualidade de armazenagem.
As cores vão do verde e esverdeado (cafés mais novos), até cores mais amareladas ou amarelas (cafés velhos).
Por torração
A torra impacta diretamente e profundamente o café, e por isso a classificação por torração é muito importante no mercado. Há três tipos de torra: a clara, tida como ideal para identificar qualquer tipo de defeito nos grãos; a torra média, que permite obter o máximo de corpo e de doçura do grão; e a torra escura, que tende a gerar maior amargor.
Além dos tipos, deve-se qualificar a própria execução da torração: torra fina, significando que todos os grãos foram torrados igualmente, com uniformidade; torra boa, com média uniformidade da cor e alguns defeitos; regular, situação na qual a falta de uniformidade é nítida mesmo sem a necessidade de avaliação mais qualificada; torra má, que ocorre quando a quantidade de defeitos é muito grande, com a presença de grãos pretos, verdes, etc.
Por peneira (granulometria)
Para realizar essa classificação, o avaliador deve utilizar diversas peneiras distintas, com dimensões e formatos múltiplos, empilhá-las e realizar o peneiramento dos grãos. Cada peneira separa determinados tipos e qualidades de grãos, e ao fim você terá uma avaliação da porcentagem, em uma amostra, de cada tipo de café e, portanto, de sua qualidade.
Conte com a Nugap para classificar seu café
A Nugap possui uma equipe especializada para realizar a avaliação e qualificação de seu café. Além dos diversos testes microscópicos e microbiológicos que realizamos, para avaliação de histologia, coliformes, etc, avaliamos a quantidade de impurezas e sujidades leves, o ponto de torra, a granulometria, entre diversos outros pontos!
Não perca tempo e avalie seu café, melhorando a qualidade de sua produção!
Saiba mais sobre análise sensorial do café!
Toda pessoa que ama café reconhece variações na bebida que consome. Às vezes o café é mais fraco ou mais forte, ou mais ou menos doce, possui maior ou menor acidez, e assim por diante. Essas e outras características nos permitem escolher o café que mais gostamos, e evitar comprar ou consumir um café menos desejado. Isso significa que, mesmo sem saber, todo consumidor realiza uma análise sensorial do café. Por isso, esta questão é fundamental para o produtor: se você controla e reconhece as características de seu café, você consegue direcionar seu produto para o mercado ideal e classificar corretamente seu produto.
Mas, como realizar uma análise de forma controlada e assertiva? Hora de descobrirmos!
Como funciona uma análise sensorial do café
Análise sensorial diz respeito a um processo que avalia as diversas sensações que o café produz ao ser consumido. Vários itens são avaliados, cada qual com uma importância, como:
- Aroma e fragrância: ou seja, a percepção olfativo em relação aos cheiros que o café desenvolve e emite
- Doçura e amargor: neste caso, avalia-se a presença de açúcares (como sacarose, glicose e frutose), o impacto da cafeína e de outros alcalóides (que geram amargor), e mesmo como foi realizada a torra do café
- Acidez: sensação observada na parte lateral da língua, que pode ser mais ou menos satisfatória
- Presença ou ausência de defeitos: que, basicamente, são características visíveis a olho nu nos grãos de café, sejam elas intrínsecas ou extrínsecas. A depender da quantidade de defeitos, as classificações do café vão sendo alteradas
- Corpo: que significa os sólidos dissolvidos durante a fermentação, que geram mudanças no paladar e nas sensações de viscosidade na boca
- Finalização: ou o chamado after taste, que é o sabor que se mantém na boca após a ingestão do café
- terroir: que significa um conjunto complexo de elementos relacionados com a região na qual o café foi produzido, como clima, solo, umidade, etc, e que impactam diretamente no sabor do produto
- entre outros elementos
O processo para tais avaliações é especializado, e exige muitas técnicas e conhecimento do sistema. O avaliador deve atribuir pontos, seguindo um protocolo e um formulário completo, para cada item específico. Como todos os elementos alteram o café, gerando mudanças por vezes impactantes e claras, mas por outras vezes mudanças mais sutis, que apenas paladares mais aguçados conseguem distinguir, a experiência e treinamento do avaliador é fundamental.
Esta avaliação é chamada de cupping, e é necessária em todo fluxo de produção e comercialização do café. Através do julgamento são dadas as pontuações que, no fim, indicarão o tipo e qualidade do café, impactando diretamente no valor de mercado.
Roda de aromas e sabores
Para criar um padrão de avaliação e nomenclatura para os processos de cupping e avaliação do café foram criados alguns documentos e indicações em todo o mundo. Um dos mais reconhecidos padrões é a chamada Roda de Aromas e Sabores, desenvolvida inicialmente em 1995 e atualizada desde então, criação coletiva entre a Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA, na sigla em inglês) e a Universidade da Califórnia.
A Roda apresenta dois grandes grupos:
- Sabores, que se dividem em doce, salgado, amargo e azedo, com gradações diversas
- Aromas, que são separados por origem enzimática, caramelização e destilação
Outro padrão importante para o cafeicultor nacional é a Classificação Oficial Brasileira, que busca uma avaliação baseada na quantidade de grãos defeituosos em uma amostra. São valores decrescentes, de 8 a 2, medidos em uma amostra de 300 gramas do produto, seguindo um protocolo cuidadoso que garante a representatividade e a não-contaminação do produto avaliado.
A Nugap, por exemplo, possui equipe especializada para análises sensoriais, com protocolo reconhecido, e avalia em notas de 0 a 10 diversos dos itens citados, como: aroma, acidez, amargor, adstringência, sabor residual e corpo.
Outras avaliações do café
Além da avaliação sensorial, há outras avaliações muito interessantes para se realizar, e que geram ainda mais controle para o cafeicultor.
A análise de Microscopia permite identificar a espécie do grão, entender o nível de Impurezas encontradas na amostra e as chamadas Sujidades leves, que são fragmentos sem risco de insetos (como ácaros).
Também existe a avaliação Físico-química, que julga a quantidade de cloretos, extratos, sulfatos, avalia a umidade, a cafeína e a granulometria, etc. Tais índices impactam diretamente nos elementos sensoriais do café e, controlados, permitem uma produção de maior qualidade.
Finalmente, também podem (e devem) ser feitas análises Microbiológicas, estudando bolores e leveduras eventualmente encontrados, coliformes totais, bactérias totais, salmonella, etc. Isso garante que seu café é apto a ser consumido, sem riscos para a população.
Todas estas análises diferenciadas também são realizadas pela Nugap, em nossos laboratórios especializados e com uma equipe qualificada.
Entre em contato conosco!
Não deixe de conversar com a Nugap e realizar avaliações recorrentes de sua cafeicultura. Com isso você recebe todas as instruções técnicas para desenvolver sua produção e gerar um café de maior qualidade, com melhor valor de mercado e alto padrão de qualidade!